quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Guia do Produtor Musical

   Aqui vamos dar 108 dicas práticas sobre produção musical, separadas por categoria. Aproveitem!


Gravação
01. A gravação deve ser feita com muito cuidado. Tenha consciência que uma boa mixagem não salva uma gravação ruim, e vice-versa. Portanto tenha paciência e ajude os intérpretes à darem o seu melhor. Dê atenção aos instrumentos estarem afinados e com o tune no lugar.
02. Conheça os microfones , seu timbre, o uso de cada um e o posicionamento da captação do instrumento. Experimente diferentes microfones com um vocalista que você não conhece, pois cada voz tem um timbre único.
03. Grave o mesmo som com diferentes microfones, para que possa escolher depois o melhor, ou juntar os sinais em stereo. Tenha bons cabos em mão, do contrário pode haver ruídos e clicks indesejáveis.
04. Pode ser legal na gravação inserir efeitos de retorno que melhorem a performance, como um reverb ou compressor na voz por exemplo, mas se possível, de forma que se possa alterá-lo depois. Com guitarras e baixos, use uma DI para captar o sinal limpo separado aos dos microfones.
05. Forneça aos músicos fones confortáveis e com uma mix balanceada para a sua interpretação. E cuidado para não vazar o som do fone na captação, mesmo que o músico insista em querer um retorno mais alto.
06. Domine o ganho do seu preamp, o que queremos é um sinal o mais alto possível, mas sem estourar os 0db. Grave sempre em 24bits, sample rates acima de 44.1khz gastam mais espaço em HD.
07. A acústica é um assunto complexo, mas evite superfícies duras próximas aos mics. Se possível grave em cômodos separados, e cuidado com barulhos do ventilador, ar condicionado,  e do computador. Se não houver um tratamento profissional, improvise com panos e espumas.

Edição
08. Ouça todas as playlists/tracks diferentes gravadas da mesma interpretação com cuidado para escolher a melhor. Esse é um dos processos mais cansativos, porém de suma importância no produto final. Se organize, nomeie as tracks.
09. Limpe tudo que há antes e depois da gravação, não deixe restar ruídos que não pertencem a música. No caso de baterias acústicas, tome cuidado com o vazamento de sons nos diversos microfones e veja o que vale a pena cortar ou não, dependendo da interpretação. Normalmente se corta o vazamento nas tracks de tons, por exemplo.
10. Não esqueça de fazer fades-in e fades-out para suavizar os ruídos de entrada de todos os clips/eventos gravados, mas não é necessário fazer isso com samples.
11. Antes de usar um compressor, bote a mão na massa e comprima manualmente a onda, nivelando o sinal geral através de uma automação de volume ou no mixer/ganho individual do pedaço de clip/evento cortado.
12. Não esqueça da função de estender o som (timestrech), pode ser útil para o alongamento de uma nota ou erro de sincronização de vocais.
13. Experimente fazer pequenos cortes/"mutes" em instrumentos, principalmente em viradas de bateria, ou até na master. Muitas vezes o silêncio é uma das ferramentas de mais sucesso na música.

Camadas
14. A duplicação de um som e lançando-o para cima ou para baixo uma oitava com pitch/transpose pode realmente ajudar um som a se destacar. Essa track duplicada geralmente não tem de ser muito alta em volume para fazer um impacto. Na verdade, sutil é provavelmente melhor.
15. Duplicando sons em camada e editando com reverses, fase invertida e etc, você muitas vezes pode obter sons limpos que estavam anteriormente obscurecidos por baixo ou vocais.

Mixando
16. A mixagem é um arte, um instrumento tecnológico. Saber mixar é saber interpretar a mensagem da música, realçar o que é bonito e importante, e eliminar o que não funciona.
17. Ao mixar uma canção, é bom ouvir todos os instrumentos juntos, caso contrário você vai mixar individualmente muito alto e não perceber como cada parte está afetando sua mix geral. No momento em que você acabar de mixar o último instrumento, os primeiros instrumentos que você ajustou soarão muito baixo, o que pode tornar-se um ciclo interminável. Tente evitar o botão "solo".
18. Verifique sua mix em mono com frequência. Isso ajudará você a reconhecer cancelamento de fase e também ajudá-lo a encontrar locais no panorama que tornam um som mais claro na mix.
19. Geralmente é melhor começar com bateria e baixo e, em seguida, mixar os outros instrumentos 1 de cada vez. Se o groove é comprometido ou o baixo perde seu punch, considere a redução, modificação ou remoção da track.
20. Ao considerar o que se manter em uma mix e o que jogar fora, considere instrumentos em termos de zonas de frequência. Se você tem muitos instrumentos em uma zona e não o suficiente em outro, você pode ser capaz de resolver ambos os problemas tocando um instrumento em outra oitava. Caso contrário você precisa esculpir com equalização, de modo que cada instrumento tenha a sua pequena zona própria, ou adicionar/remover um elemento para equilibrar.
21. Tenha em mente que o seu cérebro considera o som com um ataque mais rápido (facada, punch) mais importante do que o com um ataque mais lento, parecido com um "fade in" (almofada). Experimente diminuir o ataque de instrumentos de fundo pra suavizar a mix.
22. Cada gênero musical tem um padrão de mixagem estabelecido culturalmente, as pessoas que ouvem aquele tipo de música já tem seus ouvidos acostumados à aquela sonoridade.  Ouça e pesquise o lugar dos instrumentos do gênero que você está trabalhando para ter uma referência na sua mix.
23. Não paralise o volume de seus instrumentos. Por exemplo, se na mix geral junto ao vocal, sua guitarra tenha que ficar um pouco mais atrás, talvez na introdução onde não há vocais, ela possa estar um pouco mais alta.

Panorama
24. Em geral, é uma boa idéia deslocar seus instrumentos antes de equalizar. Isto é porque o som de um instrumento pode mudar não só pelo sua colocação no campo estéreo, mas também pelos outros instrumentos na mesma área panorâmica. Às vezes o panning pode resolver questões conflitantes de frequência sem a necessidade de equalizador.
25. Embora alguns instrumentos geralmente soem melhor no centro (kick, baixo, vocal, caixa), pode ser útil ajustar o panorama de forma bem discreta. Por exemplo, eu poderia colocar minha caixa 2 ou 3 para a esquerda e o kick 2 ou 3 para a direita.
26. Reverbs atmosféricos podem ser direcionados à extremo esquerda e à direita para dar a sua música um som de largura.
27. Para uso intensivo do panorama (guitarra, por vezes, vem à mente),  fazemos o que chamamos de stereofonização de um sinal mono. Duplique a pista, jogue um som à esquerda e outro à direita, separe na linha do tempo um do sons por cerca de 10 ms ou até ouvir a separação de forma mais clara.
28. O panorama é uma questão de equilíbrio, tente sempre brincar com os instrumentos mais agudos, jogando um para a esquerda e outro para a direita, mantenha frequências sub/grave sempre no meio.

Equalização
29. Use um filtro hi-pass (ou um corte nos graves) em aproximadamente 80-120Hz  em todo instrumento que não seja kick ou baixo.
30. Para frequências ofensivas (frequências que ferem os ouvidos ou saltam para fora), aumente o ganho em uma banda de frequência estreita e faça uma varredura. Quando identificar uma frequência ofensiva, diminuir o ganho até que soe melhor.
31. Em geral, é melhor abaixar frequências, em vez de aumentar, se você quer um som mais rico e uma master mais limpa.
32. Quando aumentando, é melhor usar uma faixa de frequência ( "Q") mais ampla . Faixas estreitas quando reduzir o ganho.
33. Muitas vezes você vai ter várias partes que lutam para ser ouvidas na mesma frequência. É melhor escolher qual o som irá destacar os médios mais baixos e qual os médios superiores. Varrendo as frequências, você pode encontrar as frequências dominantes e escolher uma área diferente para cada som. Seja qual for a frequência que você decidir aumentar em um som, certifique-se de abaixar essa frequência no outro.
34. Às vezes, adicionar um pouco de distorção ou saturação de fita para um som pode fazer um trabalho melhor que o equalizador. Ou, às vezes uma combinação de ambos. Apenas não distorcer sub frequências. Deixe essas limpas.
35. Um ligeiro aumento no 12kHz e acima pode dar sua música um bom brilho ou ar. Seja muito seletivo, se você estiver fazendo isso em instrumentos individuais.
36. Um pequeno aumento no intervalo 1-6khz pode ajudar a trazer sons à frente na mix, enquanto reduzir as frequências pode colocar um som um pouco mais para trás.
37. Nos vocais, aquela famosa voz de rádio é feita através de um low shelf (corte nos graves) agressivo, e um high shelf (corte nos agudos) discreto.

Compressão
38. Comece com ratio alto, threshold forte e seu release todo pra baixo. Primeiro ajuste o ataque, olhando apenas para o "estalo" ou "click", desconsiderando o que vem depois. Depois ajuste o release para ajudar a enfatizar a pressão e o corpo do som. Agora você vai ter uma configuração extrema para saber como o compressor está afetando o seu som. Reduza o ratio para um nível que pareça razoável para você e traga o threshold até que você esteja feliz com os resultados.
39. Kicks e baixo geralmente podem usar compressão mais forte do que outros sons, mas tenha cuidado se você estiver usando samples que já foram comprimidos. Não há necessidade de fazê-lo novamente.
40. Compressão paralela pode dar-lhe o melhor dos dois mundos através da manutenção do som original e seus transientes, acrescentando uma camada compactada. A melhor abordagem para isto é adicionar um compressor para uma track de send/retorno. Definir threshold para cerca de-50dB, attack o mais rápido possível, decay em 250ms e ratio entre 2: 1 e 2,5: 1. Então você vai ser capaz de adicionar um pouco desse efeito a qualquer instrumento que você gosta.
41. Nem tudo precisa de compressão, de modo a permitir que certas partes respirem no fundo. Escolha o seus instrumentos lead e de fundo com sabedoria.
 42. Você pode enviar um grupo de instrumentos para um compressor com  configuração leve (1,5: 1-2: 1) para ajudar a se misturarem.
43. A compressão dinâmica pode ser um bom aliado para ajustar timbres, principalmente de vocais que parecem não ter jeito com a equalização apenas.

Sidechaining
44. Sidechaining é uma ótima maneira de manter seus kicks limpos e dar uma sensação rítmica de "bombeamento". Para fazer isso você vai precisar de um plugin compressor ou gate que seja capaz de fazer sidechaining. Você vai arrastar o plugin para a faixa que deseja "bombear" o som e em seguida, você irá rotear o caminho certo para o sidechain através de um send. É comum fazer isso com o baixo, de forma que comprima seu ataque no momento em que o kick entrar.
45. O sidechaining também pode ser uma ferramenta de mixagem grande. Vamos dizer que sua guitarra e vocal estão lutando por frequências. Você pode simplesmente ativar o sidechain com o plugin "gate" ou "compressor" para a guitarra de modo que a qualquer momento que o vocal entra, ele diminui o volume da guitarra ou a freqüência conflitante da guitarra. Este truque pode realmente ser um salva-vidas para limpar suas mixagens.

Reverb
46. É de bom senso adicionar um mesmo reverb sutil para todos os seus principais instrumentos de bateria, de modo que soem como tocados na mesma sala, mesmo que você use um longo reverb em certa peça. Mas cuidado com o kick, evite o reverb nele. Você quer seu kick o mais limpo possível.
47. Reverb pode ser usado para ajudar a dar a sua mix um maior impacto rítmico. O truque é  ajustar o decay para desaparecer logo antes do 1/4 da próxima nota, ou quando o 1/2 entra. Isto irá criar um outro elemento de ritmo e pode ter um impacto dramático sobre o groove da sua música.
48. Use um predelay para dar aos seus instrumentos dimensão sem perder a clareza, ou como um som atrasado interessante. Funciona muito bem com tambores/tons.
49. Para a maioria dos sons que você adicione reverb, você vai querer um filtro hi-pass para remover as frequências graves do reverb. É bom sempre manter as frequências graves o mais limpas possível.
50. Reverb reverso pode ser um efeito muito legal e não é difícil de fazer. Basta duplicar e inverter um som. Aplicar reverb 100% wet ao som inverso. Agora misture os dois
51. Seu reverb "principal" para os sons mais altos na mix, deve ser ajustado para ter reflecções brilhantes e um decay mais curto.
52. No reverb "de fundo" para backing vocals e instrumentos mais baixos na mix, ir para um som mais escuro, amortecendo as freqüências altas e com um decay mais longo. Você ainda vai querer um filtro hi-pass definido em 100-120hz.
53. Existem vários tipos de reverbs e cada um desempenha um papel diferente e dá um som diferente. Há o digital e o de convolução (que utiliza mais processamento e simula espaçoes reais). É importante conhecer as características de cada um: plate reverb, spring reverb, chamber reverb, hall, room, etc.

Delay
54. Substituindo alguns de seus reverbs por delay pode ajudar a limpar a mix pois o delay é menos denso. Também vale o inverso se delay demais for usado.
55. Tal como reverb, é melhor remover as frequências graves de seus delays para manter sua mix limpa.
56. Um delay longo seguido de um filtro com um LFO mudando freqüências pode criar ambiências interessantes para sua música. Isso funciona melhor como um send/return ou automação. Você também vai querer as frequências graves removidas.

Vocal
57. Corte os graves até aproximadamente 80hz sempre, não há nada abaixo disso de relevante. Levante agudos para obter mais brilho na voz. Em backing vocals cortar graves à gosto, para colocá-los num plano de fundo secundário à voz principal.
58. Os puffs do "P" podem ser diminuídos com ajuste de volume em seu ataque, ou retirando graves apenas na parte da onda em que ele ocorre. O "S" também poder ser diminuído no volume, no corte dos agudos entre 7khz e 13khz, ou com o uso de um plugin de-esser.
59. Os cortes ou diminuição das respirações e retomadas de fôlego podem limpar a mix, principalmente nos refrões, mas cuidado para não perder a interpretação do artista.
60. Por vezes na gravação da voz, há um atraso natural do ser humano, tente retornar 1 ou 2 milissegundos da track vocal em relação ao instrumental, e observe o tempo/flow do cantor ficar mais afiado.
61. Estereofonize dobras, jogue o pitch para baixo para fazer uma voz de monstro, ou para cima criando um efeito engraçado. Brinque com efeitos como auto-tune e melodyne se combinar com a música ou for necessário acertar a afinação. É muito comum usar distorção, mesmo que de forma discreta, para criar uma sujeira no timbre. Jogue a acapella em seus pads ou pickups e tente criar algo novo com uma performance.

Graves
62. O baixo é um dos instrumentos mais ingratos. Quando se trata de mixar o baixo, mais alto não é necessariamente melhor. Se você aumentar o baixo demais, você vai perder a clareza na sua mix. Se você reproduzir a mix em seu carro e você não pode ouvir qualquer coisa, além de "bum" "bum", você sabe o porquê.
63. Usando pitch pra baixo em kicks 808 e semelhantes podem fazer um grande timbre para um sub-baixo. Experimente com um ataque mais lento também.
64. Você normalmente não quer muito sub tanto em seu baixo e em seus kicks se eles estiverem tocando ao mesmo tempo. É melhor equalizar um para a sub e outro para as frequências de graves mais elevados. Isso trará uma mix mais limpa e um low-end muito melhor.
65. Para baixos sem ataque, tente adicionar uma track com apenas um clique de madeira ou metálico que toque na entrada das notas do baixo. Samples de percussão com um ataque e decay muito rápido resolvem. Leves variações no clique podem adicionar mais realismo também.
66. Se você estiver usando samples de baixo, verifique se têm um sinal sólido para começar. Tentar equalizar não vai ajudar se não há nada lá para começar no sinal original. Isso também serve para um baixo gravado porcamente.

Design de som
67. É muito melhor dominar um ou dois sintetizadores do que apenas conhecer superficialmente 50 synths. Aproveite o tempo para escolher um e ir fundo com ele. O mesmo vale para efeitos.
68. Lembre-se que os sons complexos são produzidos a partir de sons simples e camadas em conjunto. Quando você começa a conhecer as suas formas de onda e diferentes maneiras que você pode alterá-las, se tornará mais fácil fazer engenharia de som. Quanto mais cedo você abraçar o básico, mais fácil será obter os tons complexos. Utilize multi-instrumentos.
69. Gaste tempo com um sintetizador ou instrumento virtual apenas se divertindo, assim achará timbres originais e melodias interessantes mais cedo ou mais tarde.
70. Um LFO (oscilador de baixa frequência) pode adicionar uma outra forma à um som antes chato. LFOs pode controlar o volume, pitch, filtro e muitos outros parâmetros, mudando à uma velocidade escolhida. Quantidades sutis de LFO podem adicionar complexidade e riqueza enquanto os ajustes mais extremos podem criar sons completamente diferentes.

Automação e Efeitos Momentâneos
71. É muito comum brincar com o panorama através da automação, de forma que o instrumento não fique parado no lugar, você pode invertê-los ou caminhar com eles discretamente, daí vai a sua criatividade.
72. Através da automação de efeitos ou da aplicação em uma parte específica do clip/evento, podem se criar frases interessantes. Experimente um delay apenas no final da rima de um vocal, ou uma automação com reverb ou distorção, onde o parâmetro aumente apenas nas vogais mais esticadas.
73. Tente uma automação de filtro com instrumentos harmônicos  na introdução, numa virada, ou no final da música.
74. A automação pode ser usada para modificar a equalização ao longo do tempo. Por exemplo, em certo momento da música onde o cantor force mais a voz, podem aparecer frequências médias/altas indesejáveis, nesse momento pode ser válido reduzi-las. Isso também pode ser feito através de plugins de equalização dinâmica.

Outros
75. Para obter um timbre mais vintage dos antigos samplers de hardware, tente reduzir os bits seus sons a 8 ou 12 bits com uma taxa de amostragem de 10-20khz.
76. Não se preocupe com um sample ser limpo. Sujo é bom. Se isso soa bem para você, use isso.
77. Mesmo que seja bom ter samples de qualidade, também é bom criar a partir de um mp3. Ele geralmente vai soar melhor do que um vinil velho e desgastado de qualquer maneira. Apenas certifique-se que a maioria de sua instrumentação é em formato profissional para equilibrar o resultado final.
78. Ao usar repetição de samples, especialmente nos sons de bateria, é importante adicionar um pouco de variação no volume, velocidade, decay e pitch.
 79. Pegue samples de tudo o que te inspira. Filmes, palavra falada, os sons da natureza, as máquinas de fábrica e músicas antigas. Reutilizar sons é uma arte em si. Não importa onde você começa suas idéias, é pra onde você vai levá-las. Preocupe-se com o lado legislativo das coisas depois que você criar algo.
80. O send/return permite que você adicione o mesmo efeito para vários instrumentos em quantidades diferentes. Ele também economiza uso da CPU, uma vez que é apenas um efeito que está sendo executado para várias faixas. Bom para reverbs, especialmente. Para tracks com o mesmo tratamento pode ser uma boa idéia usar um bus, onde você endereça todo o sinal de áudio de diversas tracks para um mesmo canal.
81. Quantizing pode ser uma bênção ou uma maldição. Se a sua DAW de escolha tem recurso de randomização, usar quantidades sutis para dar-lhe uma mais sensação humana.
82. Se possível, tocar alguns instrumentos manualmente sem quantificação. Seres humanos estão acostumados à imperfeição, contanto que haja equilíbrio.
83. Na maioria dos DAWs nos dias de hoje, você tem a capacidade de analisar o groove de drumloop um ou alguns compassos de uma canção e aplicá-lo ao seu próprio trabalho. O groove pode impactar fortemente o swing ou vibração de sua música. Não é algo que você consegue ouvir, mas você definitivamente sente
84. Sons longos subindo ou caindo o pitch, filtros, LFO's, bass drops e tons de bateria numa virada podem adicionar o drama e antecipação a um refrão ou punchline. Assim como na entrada destes, é interessante um prato ou EFX.
85. Re-amplificar o sinal no processo de mixagem pode ser uma boa idéia para ganhar um novo timbre ou ficar mais "quente", principalmente se você tem um pré amplificador de qualidade.
86. Mesmo quando tudo parece pronto, pense no que pode melhorar. Gravar um instrumento acústico no lugar de um digital, busque novos samples, insira um efeito sonoro que corresponda à letra, convide uma criança ou coral para inserir um backing vocal, ou um dj para fazer uma intervenção com scratch, tudo é válido.

Masterização
87.Na masterização de hoje, culturalmente falando, queremos uma faixa dinâmica bem comprimida, lá no topo, beirando os 0db, mas nunca estourando. Tudo no mundo digital se distorce ao ultrapassar os 0db. Experimente utilizar um limiter se esse for o caso.
88.Pode parecer radical, mas tente modificar o tempo, o swing, ou o tom através do pitch/transpose da master, e veja se em algum dos casos a música se torna mais interessante.
89.Maximizers são muito usados na masterização para dar aquela força/pressão final, por vezes substituindo o compressor. Pode se utilizar também um "imager" para manipular o panorama geral.
90.É bem comum se cortar graves e agudos para realçar as frequências médias na master, pois é o que se reproduz com mais clareza em caixas e fones de baixa qualidade.
91.Na masterização de um cd, confira o volume e pressão sonora de todas as faixas e confira se estão semelhantes, assim como a ambiência, os graves e o volume das vozes. Por vezes é melhor abaixar uma master para igualar as coisas, à fim de evitar distorcer demais aumentando as outras.
92. Verifique sua master em vários sistemas de som, no seu carro, amps, fones, e fontes mono como na caixa do celular ou tablet, antes de considerá-la pronta. Certifique-se de compará-la com uma canção de referência de alta qualidade que seja semelhante ao seu som.
93.Em muitos casos não há muito o que se fazer na masterização. Evite comprimir demais, deixe a música respirar também. Na produção musical, saber quando não se deve mexer em nada é uma virtude.

Dicas de Trabalho Eficiente
94. Se preocupe com seu ambiente de trabalho. Arrume uma cadeira confortável, uma tela grande para editar, ligue o ar condicionado se necessário, desligue a televisão e avise todos na sua casa que você está trabalhando. Ah, e esqueça o touch do laptop, compre um mouse!
95. Feche os navegadores e desligue a internet quando se trabalha em música. Dessa forma, quando você se distrair e tentar saltar para Facebook, você poderá rapidamente lembrar que está em modo de trabalho e voltará à tarefa.
96. Se você tiver problemas para ficar focado, trabalhe em espaços de tempo como 30 minutos ou 1 hora.
97. Faixas fantasma são um segredo comum entre os produtores. A idéia básica é pegar um loop ou pedaço de uma música que você gosta e começar a tocar junto. Vá adicionando mais de suas próprias tracks, em breve você será capaz de excluir a música original e continuar a construir a sua música com a essência da faixa fantasma.
98.Utilize inspiração para captar sons fora do estúdio, como samples exóticos de percussão etc.
99. Não comece cada música a partir do zero. Crie presets de efeitos e um modelo/template do projeto com configurações que você sempre utilize.
100. Não se julgue pelas opiniões de outras pessoas que não compreendem sua arte, mas absorva as críticas com humildade.
101. Não ache que a adição de instrumentos para a sua faixa vai resolver seus problemas. Se os elementos básicos não inspirarem, você provavelmente vai querer reformular isso antes de acrescentar algo de novo.
102. Seja implacável. Evite ficar casado com uma faixa só porque você passou muito tempo nela. Se é o elo mais fraco, não use.
103. Não há nenhum plugin mágico. O que há é a magia entre você e o plugin. Suas próprias limitações são o que fazem você soar como você.
104. Tire um tempo para fazer os primeiros elementos de sua música soarem inspiradores, quer seja acrescentando pequenos detalhes para sua bateria ou chegando com uma grande estrutura de acordes. Isso é importante, como o resto de sua melodia será inspirado por estas partes. Não fazer isso pode resultar em você perceber que não importa quanto tempo e quantas tracks você colocar em uma música, não irá mecher com o ouvinte. E não se perca logo no início com coisas que deveriam ter sua atenção apenas no final da música como ajustes de efeitos etc...
105. Não ouça só o estilo de música que você trabalha. Idéias originais vem de influências externas. Tente tomar um tempo para ouvir um álbum completo de um diferente gênero de música uma vez por semana. Você está certo de ter uma paleta musical muito mais rica para retirar suas idéias.
106. A colaboração com outros artistas é uma das melhores maneiras de impulsionar seu conhecimento e ganhar algumas técnicas de produção. É melhor trabalhar com alguém que tenha mais conhecimento que você, se tiver a oportunidade.
107. Trabalhe sobre uma música de cada vez. Não corte um sample que soa bem e depois abandone para iniciar uma outra idéia. Você nunca vai terminar nada, e terminar músicas é tudo que alguém se preocupa, não quanto tempo você passou no estúdio. Se você não se forçar a concluir projetos, prazos e obstáculos, você nunca vai ganhar as habilidades que precisa.
108. Hoje o mundo está cada vez mais rápido, as pessoas consomem e descartam as músicas dia a dia. E se cansam com facilidade. Portanto evite músicas longas com conteúdos repetitivos e sem variações. Faça introduções rápidas, crie muitas viradas dinâmicas, e não demore para mostrar o refrão. Pense no seu arranjo como um matemático e crie momentos de tensão para o clímax.

E lembre-se, todas as regras foram feitas para serem quebradas!